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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

APRENDENDO A MEDITAR





MEDITAÇÃO 

O Hinduísmo surgiu a mais de 4 mil anos, na Índia. Formou-se da junção de várias crenças, sem um fundador ou livro sagrado comum. Crê que há um Deus Supremo, que se manifesta em divindades menores, cada qual responsável por uma parte da vida. 
O Budismo surgiu com o príncipe hinduísta Sidharta Gautama, que viveu há 2.600 anos. Insatisfeito com a religião e com a vida de sofrimento do povo, ele abandona o palácio e passa a viver na pobreza. Após intensa meditação, alcança o Nirvana, passando a entender todas as coisas e a ensinar como superar o sofrimento. Desde então é chamado de Buda, ?o Iluminado?. Ele não é um Deus para ser adorado, mas um mestre a ser reverenciado. O zen-budismo pertence à escola soto zen do budismo japonês, fundada no século 13. 
Chegou ao Brasil em 1956, trazida pelas comunidades japonesas, e hoje tem templos e mosteiros em vários Estados. A essência do zen é o estado de meditação em busca da não-dualidade. "Temos que ultrapassar os limites da mente, que considera o gosto/não gosto, amo/odeio, apego/aversão. 
Assim, chegamos ao ponto em que, unidos, vemos que somos a vida do Universo", ensina a monja Cohen. ZAZEN Zazen trata-se de uma meditação básica do Zen budismo, seu objetivo é "apenas sentar" com a mente aberta, sem apegar-se aos pensamentos que fluem livremente. Isto é feito tanto através do uso de Koans (engima, charada), o principal método da escola Rinzai (uma vertente do Zen Busista), ou ensina sentar-se completamente alerta ou simplesmente "sentar" sinkantaza, uma meditação feita silenciosamente, como ensina o método da escola Soto (outra vertente do Zen Budista). O princípio do zazen é libertar a mente de suas diversas camadas para realizar a natureza budica e atingir a iluminação.

PRÁTICA CORRETA 
Postura  Hoje, eu gostaria de falar sobre a postura zazen. Quando você se senta na posição de lótus completo, seu pé esquerdo fica sobre sua coxa direita, seu pé direito, sobre a coxa esquerda. Ao cruzarmos as pernas desse jeito, embora tenhamos uma perna esquerda e outra direita, elas se tornam uma só. A postura expressa a unidade da dualidade: nem dois, nem um. 
Este é o ensinamento mais importante: nem dois, nem um. Nosso corpo e mente não são dois, nem um. Se você pensa que seu corpo e mente são dois, está errado. Se pensa que são um, também está errado. Nosso corpo e mente são dois e um ao mesmo tempo. Habitualmente, pensamos que se algo não é um, é mais do que um; que se algo não é singular, é plural. Mas, na prática, nossa vida não é só plural, é também singular. Cada um de nós é duas coisas ao mesmo tempo: dependente e independente.  
Depois de viver certo número de anos, morremos. E errado pensar que isto seja o fim de nossa vida. Mas, por outro lado, achar que não morremos também está errado. Morremos e não morremos. 
Este é o entendimento correto. Alguns podem dizer que nossa mente, ou alma, existe para sempre e que é apenas nosso corpo físico que morre. Isso não é bem assim porque ambos, corpo e mente, têm fim. Mas, também é verdade que ambos existem eternamente. Embora se diga corpo e mente, eles são de fato dois lados da mesma moeda. Este é o entendimento correto. 
Assim, a postura zazen simboliza essa verdade. 
Quando meu pé esquerdo está sobre o lado direito de meu corpo e o pé direito sobre o lado esquerdo, eu não sei qual é qual. Tanto pode ser um como outro.  A coisa mais importante na postura zazen é manter a coluna reta. Orelhas e ombros devem ficar alinhados. Relaxe os ombros e estique a parte superior da cabeça em direção ao teto. 
O queixo deve ficar ligeiramente recuado para dentro. 
Quando o queixo está erguido, você não tem firmeza na postura, com o que e provável que sua mente se ponha a vaguear. Assim, para reforçar sua postura, pressione o diafragma para baixo, em direção ao seu hara ou parte baixa do abdome. Isso o ajudará a manter o equilíbrio físico e mental. Ao tentar manter essa postura, poderá encontrar alguma dificuldade inicial em respirar de maneira natural, mas quando se acostumar a ela será capaz de respirar normal e profundamente.  
Suas mãos devem formar o mudra cósmico. Se puser o dorso da mão esquerda sobre a palma da direita, as juntas dos dedos médios encostadas umas sobre as outras, as pontas dos polegares tocando-se levemente (como se estivessem segurando uma folha de papel), suas mãos formarão um belo oval. Mantenha esse mudra cósmico com todo cuidado, como que segurando algo precioso. Suas mãos devem estar junto ao corpo, de forma que os polegares fiquem à altura do umbigo. Mantenha os braços livres e relaxados, ligeiramente afastados do tronco, como se estivessem segurando um ovo em cada axila, sem quebrá-lo.  Não deve inclinar-se para os lados, nem para a frente, nem para trás. Deve ficar sentado bem reto, como se estivesse sustentando o céu sobre a cabeça. Isto não é apenas postura ou respiração. Isto expressa o ponto chave do buddhismo. 
E uma expressão perfeita da sua própria natureza búddhica. Se você busca a verdadeira compreensão do buddhismo, tem de praticar deste modo. Estas formas não são meios para obter um estado mental correto. Assumir a postura já é, em si, o propósito da nossa prática. Ao se colocar nessa postura, sua mente fica naturalmente em estado correto; portanto, não há necessidade de buscar um estado especial da mente. Quando você tenta obter algo, sua mente começa a divagar por outros lugares. Quando você não se ocupa em obter algo, seu corpo e sua mente permanecem juntos, presentes onde você está. Um mestre Zen diria: "Mate o Buddha". Isto é, mate o Buddha se ele existe em algum outro lugar. Mate o Buddha porque é você que deve reaver sua própria natureza búddhica.  
Fazer algo é expressar nossa natureza. Não existimos por nenhuma outra razão senão a de sermos nós mesmos. Esse é o ensinamento fundamental, expresso nas formas que observamos. 
Por exemplo, quando nos sentamos ou ficamos em pé no zendô, seguimos certas regras. 
O propósito dessas regras não é fazer com que todos sejam iguais e sim permitir que cada um expresse o seu próprio eu mais livremente. 
Por exemplo: cada um de nós tem sua própria maneira de ficar em pé - nossa postura em pé é baseada na proporção do nosso corpo. Quando estiver em pé, seus calcanhares devem ficar separados um do outro a uma distância que corresponda à medida de seu punho: os dedões dos pés devem ficar alinhados com os mamilos. Assim como no zazen, temos que pôr alguma força no abdome. 
Aqui também suas mãos devem expressar o que você é. 
Ponha a mão esquerda contra o peito, com os dedos circundando o polegar, e a mão direita sobre ela. Colocando o polegar esquerdo apontado para baixo e os antebraços em linha paralela ao chão, você se sentirá firme como se estivesse seguro a uma grande coluna de um templo, sem possibilidade de encolher-se ou pender para os lados.  
O mais importante é estar de posse do próprio corpo físico. Se você se encolhe, está se perdendo de si mesmo. Sua mente estará divagando alhures; você não estará presente em seu corpo. Não é assim que deve ser. Nós temos que existir no aqui e agora. Este é o ponto chave. 
Você tem que estar de posse de seu corpo e mente. Tudo deve existir no lugar certo e de maneira certa. Então não há problemas. Se o microfone que eu uso quando falo estiver colocado em outro lugar, ele não estará servindo ao seu propósito. 
Quando nosso corpo e mente estão em ordem, tudo o mais está no seu devido lugar, de forma certa.  Usualmente, sem que tenhamos consciência disso, tentamos mudar as coisas em vez de mudar a nós mesmos; tentamos arrumar as coisas que estão fora de nós. Mas é impossível ordenar as coisas se você mesmo não está em ordem. 
Quando você faz as coisas de forma certa, no momento oportuno, tudo o mais se organiza. 
Você é o chefe. Quando o chefe está dormindo, todos dormem. 
Quando ele faz algo bem feito, todos os demais o fazem igualmente bem e no tempo certo. Este é o segredo do buddhismo. Portanto, procure manter a postura correta, não apenas quando pratica zazen mas em todas as suas atividades. Adote a postura certa quando estiver dirigindo um carro ou quando estiver lendo. Se você lê numa posição displicente, não pode ficar lúcido por muito tempo. Experimente. 
Você descobrirá como é importante manter a postura correta. Este é o ensinamento verdadeiro. Ensinamentos escritos no papel não são verdadeiros ensinamentos, são alimento para o cérebro. 
Claro que é preciso alimentar o cérebro; porém, o mais importante é ser você mesmo praticando a forma correta de viver.  
Eis por que o Buddha não pôde aceitar as religiões que existiam na sua época. Ele estudou várias religiões mas não ficou satisfeito com suas práticas. Não encontrou respostas no ascetismo ou nas filosofias. 
Ele não estava interessado nos aspectos metafísicos da existência, e sim em seu próprio corpo e sua própria mente no aqui e agora. E quando encontrou a si mesmo, descobriu que tudo quanto existe tem natureza búddhica. Essa foi sua iluminação. Iluminação não é uma sensação agradável ou algum estado particular da mente. 
O estado da mente que existe quando você se senta em postura correta é, por si só, iluminação. Se você não está satisfeito com o estado da mente que tem no zazen, significa que sua mente está divagando por aí afora. 
E nosso corpo e nossa mente não devem oscilar nem vaguear. 
Nessa postura, não há por que falar em estado correto da mente. Você já o possui. 
Esta é a conclusão do buddhismo. Respiração  Quando praticamos zazen, nossa mente sempre segue a respiração. Quando inalamos, o ar entra em nosso mundo interior. Quando exalamos, o ar sai para o mundo exterior. O mundo interior não tem Limites e o mundo exterior também é ilimitado. Nós dizemos "mundo interior" e "mundo exterior", mas, na verdade, só há um único mundo. Nesse mundo sem limites, a garganta é uma espécie de porta de vaivém, O ar entra e sai como alguém passando por uma porta de vaivém. Se você pensa "eu respiro", o "eu" está a mais. Não há um você para dizer "eu".
 O que chamamos "eu" é apenas uma porta de vaivém que se move quando inalamos e exalamos. 
Ela simplesmente se move, eis tudo. Quando sua mente está pura e calma o suficiente para seguir esse movimento, não há nada: nem "eu", nem mundo, nem mente, nem corpo. 
Só uma porta que vai e vem.  Assim, quando praticamos zazen, tudo o que existe é o movimento da respiração e, no entanto, estamos cônscios desse movimento. Não devemos nunca nos distrair. Mas estar consciente do movimento não significa estar consciente do eu pequeno, e sim da nossa natureza universal, ou natureza de Buddha. Esta consciência é muito importante porque em geral somos unilaterais.
 Nossa compreensão habitual da vida é dualista: você e eu, isto e aquilo, bom e mau. Na realidade, tais discriminações são, elas próprias, a consciência da existência universal. "Você" significa estar consciente do universo na forma de você, e "eu" significa estar consciente do universo na forma de eu. Você e eu somos portas de vaivém. E necessário este tipo de compreensão; porém, nem sequer deveria chamar-se compreensão já que é, isto sim, a verdadeira experiência da vida através da prática do Zen.  Assim, quando você pratica zazen, não há idéia de tempo e espaço. Você pode dizer: "Começamos o zazen neste recinto às quinze para as seis". 
Portanto, você tem alguma idéia de tempo (quinze para as seis) e alguma idéia de espaço (neste recinto). Na verdade, o que você está fazendo é apenas sentar-se cônscio da atividade do universo. 
E tudo. Neste momento, a porta de vaivém se abre numa direção, e no momento seguinte ela se abrirá na direção oposta. Momento a momento, cada um de nós repete essa atividade. Aí não há idéia nem de tempo nem de espaço. Tempo e espaço são um. Você pode dizer: "Preciso fazer algo hoje à tarde". Mas, na realidade, não há "hoje à tarde". Fazemos uma coisa depois da outra. Eis tudo. Não existe um tempo como "hoje à tarde" ou "uma hora" ou "duas horas". A uma hora você vai almoçar. 
O próprio ato de almoçar é à uma hora. Você estará em algum lugar, mas esse lugar não pode ser separado de "à uma hora". Para quem realmente aprecia sua vida, eles são a mesma coisa. 
Mas quando ficamos aborrecidos com a vida, podemos dizer: "Eu não devia ter vindo a este lugar. Teria sido melhor ir a outra parte para almoçar. Este lugar não é muito bom". Na sua mente, você criou uma idéia de lugar desvinculada do seu tempo presente.  Ou você pode dizer: "Isto é mau, eu não devo fazer isto". Na verdade, quando diz "eu não devo fazer isto", você está fazendo um não-fazer nesse preciso momento. Portanto, não há escolha para você. 
Quando você separa a idéia de tempo e de espaço, parece que há alguma escolha; mas, na realidade, você tem de fazer algo ou tem de fazer um não-fazer. Não fazer algo é também fazer alguma coisa. Bom e mau existem só na sua mente. Por isso você não deve dizer: "Isto é bom", ou isto é mau". 
Em vez de "mau", você deve dizer  "não-fazer". Se você pensa "isto é mau", estará criando confusão para si mesmo. Assim, pois, na esfera da religião pura  não há confusão  de tempo e espaço, de bom ou mau. Tudo o que se tem a fazer é simplesmente executar as coisas tal como se  apresentam. 
Faça alguma  coisa! Seja o que for, devemos fazê-lo, mesmo que se trate de um não-fazer. 
Devemos viver neste momento. Assim,  quando nos sentamos,  concentramo-nos em nossa respiração, nos tornamos uma porta de vaivém e fazemos o que deve ser feito, algo que  temos de fazer.  Isto é prática do Zen. Nesta prática não há confusão. Se você estabelecer este modo de vida, não haverá confusão de  nenhuma espécie. 
 Tôzan, um famoso mestre Zen, disse: "A montanha azul é o pai da nuvem branca. 
A nuvem branca é o filho da  montanha azul. O dia todo eles dependem um do outro, sem que um seja dependente do outro. A nuvem branca é  sempre a nuvem branca.  
A montanha azul é sempre a montanha azul". 
Eis uma pura e clara interpretação da vida. Pode haver muitas coisas  como a nuvem branca e a  montanha azul: homem e mulher, mestre e discípulo. Dependem um do outro. 
Mas a nuvem branca não deve  ser importunada pela montanha  azul. A montanha azul não deve ser importunada pela nuvem branca. Elas são totalmente independentes e, não obstante, dependentes. 
 E assim que vivemos e é assim que praticamos zazen. Quando nos tornamos verdadeiramente nós mesmos, nos  tornamos somente uma  porta de vaivém: somos inteiramente independentes e, ao mesmo tempo, dependentes de todas as coisas. Sem ar não  podemos respirar.  Cada um de nós está no centro de miríades de mundos. Estamos no centro do mundo, sempre, momento a momento.  
Assim, somos  completamente dependentes e independentes. Se você tem este tipo de experiência, este modo de existência,  você tem absoluta independência;  não será importunado por coisa alguma. Portanto, quando você pratica zazen, sua mente deve estar concentrada na r espiração.  
Este tipo de atividade é a atividade básica do ser universal. Sem esta experiência, sem esta prática, é impossível atingir  a plena liberdade.  As Ondas Mentais  "Lima vez que desfrutamos todos os aspectos da vida como um desdobramento da mente grande, não precisamos  ir em busca de uma alegria excessiva. Assim, nossa serenidade é imperturbável." 
Quando estiver praticando zazen, não tente deter seu pensamento. 
Deixe que ele pare por si mesmo. Se alguma  coisa lhe vier à mente, deixe que entre e deixe que saia. Ela não permanecerá por muito tempo. 
Tentar parar o  pensamento significa que você está sendo incomodado por ele. Não se deixe incomodar por coisa alguma. Pode  parecer que essa coisa vem de fora mas, na verdade, são apenas as ondas de sua mente e se você não se deixar  incomodar por elas, gradualmente se tornarão mais e mais calmas. Em cinco ou dez minutos, no máximo, sua mente  estará calma, serena. Sua respiração então se tornará mais lenta e a pulsação, um pouco mais acelerada.  Leva um certo tempo até que a mente se acalme durante sua prática. Surgem muitas sensações, muitos pensamentos  ou imagens, mas são apenas ondas da própria mente. Nada vem de fora dela. 
Em geral, pensamos que nossa mente  recebe impressões e experiências do exterior mas isso não é uma compreensão correta da nossa mente. A verdade  é que a mente inclui tudo; quando pensamos que algo surge de fora, isso quer dizer somente que algo surge na nossa  própria mente. 
Nada exterior a si mesmo pode perturbá-lo.  E você mesmo que cria as ondas da mente. 
Se deixar a mente como ela é, ela se tornará calma.  Esta é a chamada mente grande.  Quando a mente está vinculada a algo fora dela própria, trata-se da pequena mente, uma mente li
mitada. Se  sua mente não estiver vinculada a nada, então não haverá mais compreensão dualista na atividade de sua mente.  Compreenderá que a atividade não é mais do que ondas da sua mente. 
A mente grande experimenta tudo dentro de  si própria. Percebe a diferença entre ambas? A mente que tudo inclui e a mente ligada a alguma coisa em particular?  Na verdade, elas são a mesma coisa a compreensão é que é diferente, e sua atitude perante a vida será  diferente de acordo com a compreensão que você tiver. Que tudo esteja incluído na mente é a essência da mente; e a experiência disto é a posse do sentimento religioso. Embora as ondas surjam, a essência da sua mente é pura, como água clara com poucas ondas. Na verdade,  a água tem sempre ondas. Elas  são a prática da água. Falar de ondas separadas da água, ou da água separada das ondas, é uma ilusão. 
Água e ondas  são uma só coisa.  A grande e a pequena mente são uma só. Quando você entender sua mente desta maneira, terá alguma segurança em  seus sentimentos.  Como sua mente nada espera de fora, ela está sempre completa. Uma mente com ondas não é uma mente perturbada  e sim ampliada.  Qualquer coisa que você experimente é uma expressão da mente grande.  A atividade da mente grande é ampliar a si mesma através das diversas experiências. Em certo sentido nossas  experiências, ocorrendo uma a uma, são sempre frescas e novas, mas em outro sentido não passam de um  contínuo e repetitivo desdobramento da mente grande. Por exemplo, se há algo bom para o desjejum, você dirá " isto é bom". O "bom" provém de alguma coisa experimentada há tempos, ainda que você não lembre quando.  Com a mente grande, nós aceitamos cada experiência do mesmo modo que reconhecemos a face que vemos no  espelho como a nossa própria face.
 Para nós, praticantes, não existe o medo de perder essa mente. Não há qualquer  lugar, nem para onde ir, nem de onde voltar; não existe medo da morte, do sofrimento da velhice ou da doença.  
Uma vez que desfrutamos todos os aspectos da vida como um desdobramento da mente grande, não precisamos  ir em busca de uma alegria excessiva. Assim, nossa serenidade é imperturbável, e é com essa imperturbável  serenidade da mente grande que praticamos zazen.  
(Suzuki, Shunryu. Mente Zen, Mente de Principiante. Editado por Trudy Dixon, prefácio de  Huston Smith, introdução de 
Richard Baker, tradução de Odete Lara


Como Praticar Zazen - Ilustrações da Sôtô-shû
Gasshô
É um expressão de respeito, fé e devoção. 
Junte as palmas e os dedos de ambas as mãos. 
Quando as duas mãos (a dualidade) se juntam, 
representam o Coração-Mente (a não-dualidade).
Shashu
Coloque o polegar de sua mão esquerda no meio 
da palma, faça um punho diante do peito e cubra 
com a outra mão, colocando o polegar da mão 
direita sobre a mão esquerda. 
Os antebraços fazem uma linha reta, 
com os ombros um pouco distantes do corpo.
Rin'i-monjin
No seu lugar, faça uma reverência em 
gasshô e gire no sentido horário.
Taiza-monjin
Novamente, na direção oposta, faça mais uma 
reverência em gasshô.
Kekka-fuza
Coloque o pé direito sobre a coxa esquerda e o pé esquerdo sobre a coxa direita.
Hanka-fuza
Se você não conseguir se sentar em 
kekka-fuza, apenas coloque o pé esquerdo 
sobre a coxa direita.
As costas
Sente-se com as costas eretas, s
em se inclinar para a esquerda ou para a direita, 
nem para frente ou para trás.
Hokkai-jôin
Coloque sua mão direita sobre o pé esquerdo, c
om a palma voltada para cima, e então coloque 
as costas da mão esquerda sobre a palma 
da mão direita. As pontas dos polegares devem 
se tocar levemente.
Os olhos
Mantenha os olhos entreabertos, voltados 
para o chão, num ângulo de visão de 45 graus, 
sem focalizar qualquer ponto.
Kanki-issoku
Exale completamente e inspire. Faça calmamente 
uma profunda exalação e inalação. 
Abra levemente a boca e exale, suave e 
vagarosamente. Para exalar todo o ar dos pulmões,
 comprima o abdômen. 
Então feche a boca e inale naturalmente pelas narinas. 
A língua deve ficar encostada ao céu da boca. 
Este processo é chamado kanki-issoku.
Sayu-yôshin
Deixe a base da espinha no centro do zafu, a 
almofada arredondada. Balance o tronco 
para os lados, diminuindo o ângulo até parar, 
centralizando a coluna vertebral sobre o zafu.
Kyosaku
Faça um gasshô e, após receber uma leve batida, 
incline a cabeça para a esquerda. 
Depois da batida forte, estique a coluna e 
faça um reverência, com as mãos ainda em gasshô.
Kin'hin
Mantenha as mãos em shashu e caminhe 
lentamente, dando meio passo a cada respiração.
Kakusoku
Não se concentre sobre qualquer objeto específico, nem tente controlar seus pensamentos. 
Mantendo a postura e respiração corretas, sua mente se tranqüilizará naturalmente. 
Quando os vários pensamentos surgirem, não tente agarrá-los ou empurrá-los; 
deixe-os ir livremente. O mais importante é despertar (kakusoku) da distração e da fixação, 
da sonolência e do pensamento, retornando 
à postura correta, momento a momento.
Um sino é tocado como sinal para marcar o início e o fim das sessões de Zazen e Kin'hin:
  • quando o Zazen começa, o sino é tocado três vezes (shijosho);
  • quando o Kin'hin começa, o sino é tocado duas vezes (kin'hinsho);
  • quando o Kin'hin termina, o sino é tocado uma vez (chukaisho);
  • quando o Zazen é terminado, o sino também é tocado uma vez (hozensho).
Ao final do Zazen, faça uma reverência em gasshô. Balance o corpo levemente para os lados, 
desdobre as pernas 
cuidadosamente e se levante, sem movimentos abruptos. Arrume o zafu e deixe o seu assento.
Ao final do Kin'hin, faça uma reverência com as mãos em shashu e caminhe lentamente até o seu assento.

Fonte . http://reiki.conhecendo.com.br/meditacao.htm

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