Na maioria
das vezes, vivemos insatisfeitos com o que possuímos, com o que somos, sentimos
certo
vazio e na ânsia de preenchê-lo achamos que a
solução está na aquisição de algo material . Buscando no que o outro tem,
pensamos com nossos botões: Como ele consegue e eu
não!
Sentimentos
como inveja, insegurança, carência afetiva, medo, raiva nos invadem sem nos
darmos conta. Desprovidos de amor não relaxamos, não deixamos fluir, queremos
controlar tudo à nossa volta como se tivéssemos o poder para isso, como seres
onipotentes à custa do que temos. O buraco do amor é preenchido por estes
sentimentos, que aos poucos minam a alma, dando espaço às doenças do corpo e da
mente. Adoecemos...
Temos medo
desse vazio, de uma auto-análise mais profunda e do encontro com
si próprio. É difícil perceber que muito desse vazio é criado por nós, por estes
sentimentos negativos que não podemos ou não queremos admitir. É difícil mesmo
fazer uma auto-análise e sermos imparciais conosco, isso implicaria sair da
acomodação, mas a busca do autoconhecimento só é válida quando há
aceitação e transformação....
O desejo de
apegar-se às coisas materiais como fonte de felicidade gera ansiedade cada vez
mais crescente, pois com o tempo, há a frustração, o vazio continua e a
ansiedade aumenta. O ser humano parte em busca de novas aquisições.
Nada contra
progredir financeiramente, faz parte de nossa evolução neste planeta, mas sem
levar em conta a evolução espiritual não haverá felicidade, não deve haver
apego. Nem às pessoas e animais queridos que se
vão... É preciso muito amor e desprendimento para deixá-los ir quando chegar a
sua hora. Dói, mas a vida é assim, uma constante morte e
renascimento. Pois a morte não existe, existe a renovação, a mudança de um
estado para outro.
O ser humano
busca um eterno estado de felicidade, mas mal consegue lidar com as dificuldades
do caminho. Aprendi que a felicidade não faz parte de um estado
permanente, tal como os momentos difíceis passam, ela também
passa.
“Quanto mais
coisas você tem, mais terá com o que se preocupar”, segundo Buda. O ser humano,
fruto da sociedade consumista, age sem pensar,
influenciado pela mídia, pelo meio, pelos outros, pelos modismos...
Quanto mais
apego, mais sofrimento, frustração e ansiedade.
Falta um
olhar para si, para dentro, as respostas estão todas lá, “só a verdade vos
libertará”.
Patrícia Melo
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